Escrito por:
Gabriel MonteiroPublicado em:
"Foto: Melody"
Desenvolvido pela Realbotix, uma empresa reconhecida por sua expertise em inteligência artificial e robótica, Melody foi criado com o objetivo de oferecer interações humanas realistas e combater o isolamento social. Segundo Andrew Kiguel, CEO da empresa, a meta é tornar os robôs tão semelhantes aos humanos que a diferença seja quase imperceptível.
Com um design sofisticado e características que remetem a obras de ficção científica como "Black Mirror" e "M3GAN", Melody impressiona por sua aparência quase humana. A robô consegue manter contato visual, realizar movimentos fluidos e reagir de forma natural a situações do dia a dia. Essa combinação de avanços tecnológicos foi possível graças ao uso de motores sofisticados e uma IA de código aberto, permitindo personalização e adaptações para diversas finalidades.
Embora inicialmente projetada para companhia, Melody possui aplicações que vão além disso. Sua estrutura modular facilita o transporte e a montagem, tornando-a útil para áreas como educação, assistência médica e até mesmo entretenimento. Por exemplo, em hospitais, Melody poderia servir como uma assistente para pacientes que necessitam de apoio emocional. Já em ambientes educacionais, sua capacidade de interagir com crianças e jovens pode contribuir para experiências de aprendizagem mais envolventes.
Um aspecto interessante é a possibilidade de Melody atuar como uma parceira romântica ou amiga de longo prazo. Graças à tecnologia de aprendizado de máquina, ela consegue lembrar detalhes pessoais, como preferências e histórias compartilhadas, criando interações que se aproximam de uma relação humana genuína.
Apesar de suas inúmeras funcionalidades, Melody não está acessível a todos. Com um custo de US$ 175 mil, o robô ainda é voltado para um público altamente seleto. Além disso, sua chegada ao mercado levanta questões éticas sobre o impacto dos robôs na sociedade.
Alguns especialistas apontam que, embora os robôs possam mitigar a solidão, eles também podem reduzir a necessidade de interações humanas reais, criando um paradoxo no qual a tecnologia pode tanto conectar quanto isolar.
Outro ponto que merece atenção é o uso da tecnologia para fins íntimos. Embora a Realbotix tenha garantido que Melody não foi projetada como um produto de natureza sexual, a empresa também admitiu que o robô pode ser programado para conversas mais adultas, se for do interesse do usuário. Essa flexibilidade pode gerar preocupações em relação à regulamentação e às implicações sociais do uso dessa tecnologia.
A apresentação de Melody no CES 2025 é apenas um exemplo de como a robótica está evoluindo para atender às necessidades emocionais dos seres humanos.