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Jeane Martins

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Amazon lança internet via satélite no Brasil e promete conexão em todo o território nacional, desafiando o domínio da Starlink de Elon Musk!

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Se você acreditava que a liderança da Starlink de Elon Musk no setor de internet via satélite era insuperável, está na hora de repensar. A Amazon, uma das maiores empresas de tecnologia do mundo, está prestes a trazer ao Brasil sua constelação Kuiper, com uma meta ousada: conectar até os cantos mais isolados do território nacional.

De acordo com informações divulgadas pela Agência Nacional de Telecomunicações Anatel , o projeto Kuiper, da Amazon, recebeu uma prorrogação estratégica para sua operação no Brasil. Agora, o início das atividades está previsto para 20 de junho de 2025. Essa decisão foi tomada por unanimidade pelo Conselho Diretor da Anatel, durante uma votação remota realizada em 13 de dezembro. Originalmente, o lançamento do sistema estava programado para 20 de dezembro de 2024, mas a Amazon solicitou mais tempo, apresentando justificativas para a extensão do prazo.

O que é o Kuiper e como funciona?

O Kuiper é a aposta da Amazon no crescente mercado de internet via satélite. Autorizado pela Anatel, o sistema operará com uma frota de 3,2 mil satélites em órbita baixa, tecnologia que oferece maior velocidade de transmissão de dados e menor latência em comparação com os satélites geoestacionários tradicionais.

A licença no Brasil tem validade até 2027, garantindo um período inicial de cinco anos para atender à demanda local. Dois protótipos da constelação foram lançados em outubro de 2023, e o plano inicial previa novos lançamentos até o final de 2024.

Com o novo cronograma, os envios em larga escala estão programados para começar em 2025. Para isso, a Amazon firmou parcerias com empresas como Arianespace, Blue Origin, SpaceX e United Launch Alliance (ULA), totalizando mais de 80 lançamentos contratados.

Conectividade no Brasil: um desafio histórico

Conectar os lugares mais remotos do Brasil é uma missão desafiadora. O país, com sua vasta extensão territorial e áreas de difícil acesso, enfrenta dificuldades para oferecer internet de qualidade a todos os cidadãos.

Hoje, a Starlink, de Elon Musk, lidera esse mercado com uma rede consolidada de satélites. No entanto, a entrada do Kuiper promete intensificar a competição e ampliar as possibilidades de conectividade.

Além de atender áreas urbanas, a Amazon busca expandir sua cobertura para regiões remotas, onde a infraestrutura de fibra óptica não chega. Em outubro de 2024, a empresa anunciou que pretende ativar os primeiros clientes brasileiros em 2025, em parceria com a Vrio, controladora da Sky, fortalecendo sua presença na América Latina.

Razões para o adiamento

O conselheiro Alexandre Freire, relator da decisão da Anatel, informou que a Amazon apresentou justificativas alinhadas aos critérios de “caso fortuito ou força maior”. Embora os detalhes específicos não tenham sido divulgados, o Conselho Diretor aprovou a prorrogação de forma unânime.

Lançar uma constelação de satélites em escala global envolve desafios complexos, incluindo certificação, integração e testes rigorosos antes do início das operações comerciais. A extensão do prazo visa garantir que o Kuiper esteja plenamente funcional quando estrear no mercado.

Kuiper vs. Starlink: uma batalha de titãs

Com a chegada do Kuiper ao Brasil, o mercado de internet via satélite está prestes a presenciar uma disputa acirrada.

A Starlink, já estabelecida no país, atende milhares de clientes e tem a vantagem de operar em larga escala. A Amazon, por outro lado, aposta na força de sua infraestrutura logística e tecnológica para conquistar uma parte significativa do mercado.

Essa concorrência promete benefícios diretos aos consumidores, como preços mais competitivos e uma cobertura mais ampla, principalmente em áreas negligenciadas. Para localidades remotas, o Kuiper representa uma oportunidade histórica de inclusão digital.

O futuro da conectividade no Brasil

A entrada do Kuiper no mercado brasileiro é mais um marco na evolução da conectividade no país. Com gigantes como Amazon e Starlink disputando espaço, o Brasil tem a chance de superar antigos desafios relacionados à inclusão digital e à cobertura em áreas remotas.

A parceria com a Vrio e as estratégias de lançamento internacional reforçam o compromisso da Amazon em atender à demanda latino-americana.

A grande questão agora é: será que os brasileiros irão aderir a essa nova alternativa de internet via satélite? E, mais importante, a Amazon conseguirá entregar suas promessas e rivalizar com a Starlink no competitivo mercado nacional?